Acho tão chique aquelas mulheres caladas, sensatas e tímidas, elas tem um mistério que as envolve, elas não revelam quem são de fato, são quebra cabeças que da um gosto a mais de desvendar.
Admiro mulheres caladas que sabem exatamente a hora que se pronunciar que ponderam suas falas, observam antes de dar opinião. Admiro aquelas que são quietas de boa, tímidas e sabem exatamente se comportar.
Por que olha, eu não sou nada disso eu falo pelos cotovelos, dou risada de coisas idiotas, fúteis e as vezes até dou risada do que não deveria como a desgraça alheia, pior dou risada nos piores momentos, falo nos piores momentos e muitas vezes sou apenas ignorada. Eu conheço uma pessoa e já lhe conto toda a minha vida, meus planos, desejos, passado e futuro, não há mistério quando se trata de mim. Meu olhar, meu rosto já falam tudo sem precisar de palavras e mesmo assim eu abuso delas.
Queria ser quieta, mas puxo assunto com o cobrador do ônibus, com a vovó que está esperando na fila comigo, faço palhaçadas, grito, pulo e canto sozinha. Canto alto no ônibus, na rua, no metrô, não importa o lugar, só importa meus fones de ouvidos e se estou escutando uma boa música.
Ahh admiro as mulheres ponderadas, juro que queria ser elas, mas parece que o universo conspirou contra mim e me deu todos os tipos de qualidade ou talvez defeitos que elas não teriam. Sou Dramática, faladeira, meio maluca e totalmente sem noção de algumas coisas.
Por muito anos odiei ser quem eu sou, meu maior sonho foi sempre ser misteriosa igual a elas, dedicar minha vida a me calar, observar e ser chique, mas quando eu vi já estava falando e estava ali me culpando mais uma vez.
Não direi que amo todo esse meu jeito explosivo e maluco de ser, mas garanto que estou aos poucos aprendendo a lidar com ele, afinal o que posso fazer se essa é a essência de quem sou? Aceitei que nunca serei a mulher misteriosa que sempre quis, mas aquele livro aberto que todo mundo sabe de cada detalhe da vida, fazer o que se essa sou eu?
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