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Foto do escritorGrazieliAnjos

Depois do pôr do sol



Meu nome é Alice e esta é a minha história, a história de quando descobri que eu merecia ser amada, quando entendi que o amor tranquilo pode modificar a forma como nos vemos.


Durante tanto tempo da minha vida eu acreditei que não merecia amor, acreditei que essas histórias de filmes melosos de amorzinhos não eram para mim. Eu tinha aceitado alegremente o fato de que seria uma solteira cheia de gatos e nada mais teria na vida para mim. Eu aceitei a solidão da sua pior e melhor forma. Não me entenda mal em alguns momentos eu amava estar sozinha, mas sempre odiei me sentir só, pois estar sozinha é completamente diferente da solidão.


A solidão da alma é daquelas que mesmo que estejamos em um lugar com mais de mil pessoas vamos olhar para o lado e sentir-se só e era justamente essa solidão de alma que eu sentia e me atormentava todos os dias.

Mas quando o conheci naquele pôr do sol e nossos olhos se encontraram eu senti como se o meu corpo liberasse toda a solidão que me enfraquecia, era como se uma outra alma saisse de mim e deixasse só a parte leve.


Apesar de morar em São Paulo foi na Bahia que o conheci, quando fui passar uma tempoarada na casa do meu pai para me afastar de toda a loucura que tinha tornado- se a minha vida.

Mas vamos lá começa esta bendita história...


Eu estava atrás do farol da barra curtindo o pôr do sol, pois tinha ouvido que ali era o melhor lugar de Salvador para ver o pôr do sol, e eu, uma amante do pôr do sol mão poderia deixar de ir lá conferir o famoso pôr do sol do farol da barra. Para minha grande surpresa, além de um espetaculo da natureza também podia acompanhar um espetáculo humano, havia uma banda tocando no lugar e que vibe gostosa que estava aquele momento, como diria minha irmã “Total Vibe de humanas” . Sentei no chão, em um degrau que tinha por ali e fiquei admirando o pôr do sol enquanto acompanhava uma boa música, e foi nessa hora que ele sentou do meu lado, de roupa social, com uma mochila nas costas, estava na cara que tinha acabado de sair do trabalho e tinha ido ali aproveitar um pouco o dia. Seu rosto, apesar de cansado era uma das coisa mais bonitas que já tinha visto, aqueles olhos pequenos que tinham um brilho única, uma barba bem feita que acompanhava um sorriso largo de quem sabia que a vida não era fácil, mas que precisava aproveita-la ao máximo.

Eu parecia que estav hipnotizada por aquele homem, não conseguia parar de encara-lo e foi quando nossos olhares se cruzaram e parecia que todo o resto não existia, que naquele momento só havia eu e ele e nada mais. E ai ele sorriu, um sorriso de canto de boca que me fez tremer por inteira da cabeça aos pés e foi dificil disfarçar o como eu estava impactada por ele.


Eu não sabia seu nome, sua idade, sua história, mas sabia só com aquela trocar de olhar de alguns segundos que as nossas vidas estavam conectadas, que eu precisava encontra-lo. Caminhei em direção a ele com uma coragem que não era minha e que não sabia bem onde tinha achado, a música ainda continuava, mas as vozes ao meu redor parecia que haviam se calado, a única coisa que importava naquele momento era eu conhecer o futuro amor da minha vida.

- Tia quer comprar um doce? – Fui interrompida por uma criança oferecendo balas, não consegui negar naquele momento e interrompi minha missão. Mas quando eu a retornei percebi que ele tinha se perdido no meio da multidão. Tentei procura-lo ainda, em cada rosto que passava por mim, mas nenhum rosto, nenhum olhar era o mesmo.


Eu sai dali triste, parecia que tinha perdido o meu bilhete de outro a minha passagem só de ida para a felicidade. Eu não sabia seu nome, não sabia nem por onde começar a procura-lo. Mas eu tinha um certeza tão forte em meu coração de que aquela vida de alguma forma era a porta de entrada para uma nova estrada para a minha vida que algo dentro de mim pedia para eu não desistir.


Encontrei a banda nas redes sociais e vi que eles fizeram uma postagem do pôr do sol daquele dia e comecei a procurar nas curtidas o meu homem misterioso, nada, procurei em meio aos seguidores daquela banda, que rema muitos, passei uma madrugada inteira vendo perfis e mais perfis e nada. Não o encontrei em lugar algum.


Eu tinha mais alguns dias em Salvador antes de voltar para São Paulo e eu não podia desistir de procura-lo, então decidi ir todos os dias naquele mesmo lugar ver o pôr do sol, quem sabe ele poderia aparecer por lá novamente. E então eu fui, fui no segundo, terceiro, quarto dia e nada dele aparecer, minhas esperanças já tinham sido eliminadas de dentro de mim.


Era meu último dia em Salvador, iria embora de manhã e fui eu lá mais uma vez no meu lugar do pôr do sol a procura do meu futuro e mais uma vez ele não estava. Desci com a cabeça baixa olhando os meus pés , a sesnação que eu tinha é que tinha perdido algo que nem experimentei ainda, que tinha perdido uma parte de mim que não pude ter a oportunidade de conhecer, uma parte de mim que dói e dá uma saudade, uma parte de mim que não vive.


Andei pelas ruas de Salvador, que no calor de uma sexta a noite em pleno verão estava lotado e não poderia ser surpresa uma turista andando sem olhar para frente esbarrar com alguém.


- Opa, desculpa

- Sem problemas!


Quando levantei os olhos e encontrei aqueles olhar novamente minha pernas tremeram, minha respiração ficou ofegante e meu peito parecia que estava dançando um forró arrasta pé lá dentro.

- Ei, você não estava no pôr do sol do farol da barra esses dias ?


Ele lembrava de mim, então não era só eu que fiquei fascinada com aquela troca de olhar, alguma cois arealmente aconteceu entre nós, ali naquele momento. Não era só imaginação da minha cabeça.


- Oi, estava sim, lindo pôr do sol inclusive e música incrivel. – Tirei coragem não sei de onde para responde-lo e começar uma conversa, minima que seja, eu precisava tentar não é ?


- Sim, sim. Vou sempre lá após ao trabalho ....


Mentira, pensei comigo, ele não vai sempre lá, tem dias que ele não aparece lá


- ... Só essa semana que fiquei atolado de coisas no trabalho que não due para ir – Completou me observando – Aliás, prazer me chamo Rodrigo . – Ele ofereceu a mão para me comprimentar e eu fiquei ali parada feito uma idiota, ele ainda ficou alguns segundos com a mão no ar quando finalmente despertei da minha total babaquice.


- Oi, desculpa me chamo Alice, prazer.

- Prazer Alice. Pelo sotaque você não é daqui né.?

- Não sou não, só estou visitando meu pai. Na verdade eu volto amanhã para São Paulo.

- Que pena! – Disse olhando para os pés, ele parecia meio envergonhado e meu coração parecia que estava celerado demais – Mas será que eu pelo menos poderia te pagar um acarajé? – Aquela pergunta dele fez meu coração acelerar umas 30 vezes mais do que já estava acelerado, será mesmo que ele estava querendo o mesmo que eu ? Será que aquela troca de olhar realmente também o atingiu da forma que me atingiu ?

- Eu adoraria – respondi tentando não corar de tanta vergonha

- Ótimo! O melhor acarajé fica no Rio Vermelho, mas aqui também tem um muito bom, vem comigo.


Eu o acompanhei, mas depois fiquei me perguntando o porque eu tinha feito aquela loucura de acompanhar alguém totalmente desconhecido que poderia me matar ali mesmo? Paramos em uma barraquinha e ele pediu o meu e o dele e pagou os dois sem nem questionar, para os meus últimos encontros aquilo parecia pré histórico. A gente se sentou em um dos bancos da praça e ficamos ali em silêncio sentados admirando o mar naquela noite quente.

- Sabe, eu não sei se foi só coisa da minha cabeça, mas naquele dia no pôr do sol que nos encontramos eu senti que nossos olhares se cruzaram e não consegui mais tirar você da cabeça. Você com certeza deve me achar um maluco ao dizer isso pois só trocamos um olhar, mas de alguma forma aquele olhar era mais do que eu consegueria descrever, parece que vi todo um filme do meu futuro em minha frente e que você era a personagem principal. Você com certeza era o personagem principal, eu achei que nunca mais iria te ver, mas que grande surpresa quando você esbarrou em minha acredito que foi o detsino, você pode não acreditar no destino e...


Não esperei ele termina aquela mini “palestra” que estava dando, me inclinei e o beijei. Normalmente eu não faria isso, eu não sou te dar o primeiro passo, mas naquele momento era preciso. Ele correspondeu ao beijo e naquela troca de salivas, naquela brincadeira entre nossas linguas elas pareciam que se conheciam há anos. Nosso beijo se encaixou perfeitamente e sabiamos bem para qual direção leva-lo. Depois daquele beijo eu tinha certeza que era ele!


E foi ali que toda a nossa história começou e agora estou depois de 20 anos contando de como um amor a primeira vista me salvou da minha escuridão

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