Eu queria escrever, mas não encontro por aqui nenhuma foto que se encaixe no turbilhão de sentimentos e palavras soltas que vão pulando na mente.
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Não há como explicar coisas que nem eu sei definir, aquele liquidificador de coisas boas e outras nem tão boas assim. Frases formuladas sem sentidos que não se encaixam no texto perfeito que um dia eu quis construir. Parece que nada se encaixa, parece que não encontro nada por aqui que possa definir o indefinido. Eu cobro e penso tanto sobre mim, queria ser essa imensidão que tanto desejo ser, mas sem essa obrigação maluca de ser o alguém que um dia pensei em ser e no fim nada fui.
Como vou escrever um texto com sentido? Começo, meio e fim sendo que não sei nem por onde eu começo. Ahh vontade de se jogar nas palavras que não me entendem não me compreendem e nem me definem. Eu posso ama-las, mas sinto que elas não me amam pois não chegam completas no peito, mas quebradas, deformadas e eu tenho que decifra-las. Mas que preguiça de viver e descobrir essa definição que talvez me consuma mais que a coragem de me afogar em cada uma delas.
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Quem diria que talvez o amor pelas palavras se tornaria o ódio por elas, pois em nada elas me ajudam quando eu não sei definir o vazio que machuca o peito a atravessa a alma. Eu sou um liquidificador de sentimentos confusos, eu sou um mar de indecisões, eu sou um vazio existencial que nem com as palavras se enche. Eu sou a indecisão e a confusão das minhas palavras eu sou aquele texto que não terminei, eu sou as palavras sem sentidos que escrevo todos os dias quando me esqueço como falar. Eu sou definida nesse medo de entregar meu amor as palavras que não me amam, que não me consomem. E no final eu nada sou !
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