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Foto do escritorGrazieliAnjos

O dia que descobri que sou egoísta





Eu sempre fui uma pessoa sem autoestima e com uma grande insegurança que me cerca de uma forma intensa . Sofria e ainda sofro com o monstro da comparação. Parecia que todos eram sempre melhores e maiores que eu. Eu sabia que de alguma forma eu precisava aceitar que eu era apenas medíocre e nada mais . Estava sempre no meio, ás vezes lá embaixo, mas nunca no topo. Mas o que mudou? Nem eu sei de fato se mudou algo, mas naquele dia eu entendi que todo esse meu complexo de inferioriedade vem de dentro do meu egoísmo de achar que tudo gira em torno de mim.


Eu estava procurando matérias e artigos sobre o temperamento melancólico para fazer um vídeo e me deparei com um artigo que falava sobre o egoísmo do melancólico. Eu li aquele texto e parece que lia uma definição completa de quem eu sou, parecia que estava destrinchando cada defeito meu. Respirei fundo para entender que meus defeitos também fazem parte de quem eu sou. E nesses meus mais de mil defeitos eu me peguei vendo como a minha insegurança é fruto do meu egoísmo, pois eu quero a todo momento ser melhor do que os outros e não aceito que ninguém seja melhor do que eu e dessa forma me desfaço em sofrências irreais sobre mim.


No fim, eu vejo que sou uma péssima pessoa! Pois a cada vez que eu lia aquele texto eu me sentia mais horrível , meu coração pulava e dançava aqui dentro me avisando que as coisas não andavam bem que era melhor me restruturar para poder caber naquilo que conhecemos como sociedade.


Desliguei o computador, mas aquele texto sobre como a insegurança do temperamento melâncolico fazia parte de um egoísmo interno não saia da minha mente, era como se naquele momento eu tivesse enfim me descoberto como tal.


Lembrei de todas as vezes que senti um pingo de inveja da minha melhor amiga, por sempre acha-la de alguma forma 5 passos à minha frente, era como se dentro de mim não aceitasse que ela era melhor do que eu em quase tudo. A verdade, é que eu sentia inveja por ser tão fácil para ela, por ela sentir tão pouco e eu aqui presa nesse coração que sente demais.


Deus poderia me deixar sentir menos e ser um pouco desapegada desse meu eu extremo, esse meu eu que vem antes de qualquer nós. Afinal, ele sabe das minhas tetativas diárias de ser plural e não singular.


Me esforcei para sair daquele ciclo de pensamentos destrutivos, pois se deixasse, eu provavelmente iria me afogar neles. Me remexi na cadeira e respirei fundo. Tentei seguir a vida normalmente, mas aquele texto martelava em minha mente. Eu, então era egoísta ? Logo eu que sempre estava pedindo desculpas por tudo, que sempre colocava os outros em primeiro lugar e me deixava por último? Sim, eu na verdade era egoísta!


Levantei da cadeira e fui até ao banheiro lavar o rosto, eu precisava de um ar, já que toda aquela história era nova para mim. Eu precisava me conectar com esse meu egoísmo para entende-lo e batalhar contra ele, esse era afinal meu papel como cristã. Resolvi fazer o que era mais recomendável naquele momento e me coloquei em oração, quem melhor que o rei dos reis para me aconselhar? Implorei a Deus para que ele tirasse de mim o meu egoísmo enraizado e foi quando eu entendi que não teria como tirar quem eu sou, mas que precisava trabalhar minhas falhas e supera-las.


E era isso que teria que fazer a partir de agora, entender que sou egoista e que todo mundo é um pouco e tudo bem! Aprender a olhar para mim com cuidado e respeito, sabendo dos meus defeitos e assim ser melhor a cada dia, pois não há nada que um joelho no chão não resolva!

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