Se tem uma coisa que eu tenho saudades, é pegar transporte público só para ouvir a conversa alheia. Sim, sou viciada em ouvir conversas alheias pois cada detalhe da vida do outro é interessante.
E eu, como escritora te digo, não é fofoca é pesquisa de campo! O ser humano é fascinante em todas as suas facetas em tudo que se dipõem a ser e não ser. O fato é,conhecer essas história me fascina!
Sabe quando alguém está contando uma super fofoca dentro do ônibus e você quer ouvir, mas vai descer no próximo ponto e não consegue terminar de ouvir a fofoca ? Eu normalmente invento em minha mente o resto da história e fico criando diversas teorias de como ela acabou e assim vou exercitando minha criatividade. Por isso eu reafirmo que escutar conversa alheia está longe de ser fofoca, mas sim um grande treino para o cérebro.
As pessoas são fascinantes e falar sobre elas é ainda mais, por isso eu converso com as pessoas aleatórias em minha vida. Lembro da senhora da fila da Enel que me contou toda a sua vida em algumas horas que enfrentamos a burocracia juntas, ou o cobrador de ônibus que me contou sobre sua vontade de fazer faculdade quando várias pesoas desciam para ir fazer o ENEM.
Ou das vezes que senhorinhas conversavam sobre sua juventude, conversas interessantes que nos despertam a curiosidade de saber que há vida além da nossa, que cada um é o personagem principal da sua própria história sem excessões, mesmo que constantemente nos achemos coadjuvantes.
Escutar conversas alheias, no faz perceber que a vida é simples e complexa ao mesmo tempo, que as outras pessoas às vezes estão enfrentando os mesmo conflitos que você. Isso mostra de que você não está sozinho no mundo, e também te faz entender que você não é o centro do mundo, mas talvez seja o centro do seu mundo, pois você é o protagonista da sua própria história. Complexo né ?
Na verdade eu queria escrever bonito, colocar os detalhes do dia a dia de uma forma bela, para todos baterem palmas, mas nesses dias percebo que a beleza está no simples da vida, nas conversas jogadas fora e até nas fofocas que ouvimos de pessoas totalmente desconhecidas. O belo é mais simples do que imaginamos ser, não precisa ser aquela ótima história contada com a melhor narrativa possivel, pelo contrário as vezes a beleza, está nas palavras desconexas de pensamentos aleátorios como esse texto, pois para mim ele é belo!