Eu queria ser “mais”, sabia? Bom, foi esse o pensamento que veio na minha mente em mais um dia nessa correria a que damos o nome de vida.
Peguei o metrô para ir em uma consulta médica e vi rostos que nunca mais verei. É estranho fazer Home office e ter que pegar o transporte público só de vez enquanto para coisas esporádicas, pois quando sua rotina se resume a você e seu computador, ver tantos rostos em um período tão pequeno de tempo faz sua mente bugar um pouco. E por causa desse bug do milênio, meu cérebro foi bombardeado de pensamentos aleatórios.
Pensamentos que me levaram à grande verdade, a que estou sempre batalhando para ser mais, muito mais do que sou hoje, nada que tenho parece ser o suficiente para me satisfazer, eu quero mais e mais e mais e mergulho nessa necessidade de sempre ter mais.
Viver em uma cidade caótica como São Paulo é a certeza de que encontrarei pessoas que também querem mais, que correm por aí procurando por mais e muito mais. Correm sem nem saber exatamente aonde chegar, correm como cachorros atrás do seu próprio rabo. É fácil reconhecer em seus rostos cansados a incrível corrida por esse “mais” imaginário.
Caminho nessas ruas e não vejo sorrisos satisfatórios de quem se alegra com o que tem na vida, mas vejo olhos fundos que tentam buscar uma felicidade no “Mais” que se quer conquistar. Mas a pergunta que não pode ser respondida nem pelo mais gênio da nossa atualidade é o que é o mais e onde ele acaba?
Caminho por aqui, ou melhor, eu corro, por ali, tentando desvendar em que momento sossegarei, e direi: pronto, eu já cheguei lá! O meu caminho de pedras não tem ficado mais fácil, minhas malas cheias de sonhos têm se carregado ainda mais de outros sonhos.
E vou por aí “caminhando e cantando e seguindo a canção” e talvez aqui eu tenha parafraseado alguém que nem lembro o nome e com certeza deveria pesquisar e colocar os créditos, mas eu não posso perder tempo pesquisando qualquer pensamento aleatório que me vem a mente tenho que correr atrás do meu mais e procurar quais são os meus planos e quais ações que tenho que fazer agora para chegar lá no topo, para conseguir respirar e ter certeza que cheguei no meu “Mais”.
Passou uma estação, e mais uma e eu devia descer na próxima. Meu fone de ouvido ligado até o último volume e minha mente ligada até a última paranoia. E lá vou eu descendo nessa estação por mais um dia em busca do meu “mais”.
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