Eu olho no espelho e tento me reconectar comigo, eu tento encontrar no meu olhar a força da mulher que eu digo que sou, ou pelo menos do que os outros veem por ai, mas ao contrário disso vejo meu olhar de insegurança e incertezas. Ele não se importa contigo, ele não está afim de você, eles não ligam tanto assim para você, por que raios alguém se importaria? Quando olho no espelho as vozes na minha cabeça resolvem gritar mais um pouco, eu danço meu corpo se mexe e minha mente não me deixa. Essas malditas vozes que não me deixam por um minuto sequer sozinha. Vontade que tenho é de sair correndo me esconder nas profundezas da colina mais alta da minha alma alarmante, esquecer por um instante as pessoas. Chorar meu choro amargo e angustiante perceber e entender de uma vez por todas que SIM eu estou só, vou morrer só e já não me encontro em mais nenhum outro lugar que a solidão dessa mente inquieta. A exclusividade não vai existir tão cedo, não há paciência para o turbilhão de sentimentos que há nesse coração dilacerado pela dúvida. Sombras escuras povoam esses pensamentos, coração sufocante que bate sem parar sem ao menos querer bater. Quando foi que você se perdeu assim dessa forma ?
Queria sabe escrever coisas belas que alegram um rosto, que se cria um sorriso, mas escrevo coisas amargas de um coração sofrido. Tudo ao pouco vai se esvaziando, a alegria, o amor a música que não foi mais cantada, a voz que não será mais ouvida. E se eu sumir agora ? Neste momento ? Alguém iria procurar ? e se eu morrer ? Chega desses pensamentos, esses pensamentos que só cavam um cova profunda no êxtase da solidão, essa cova que de tão escura é tão aclamada e amada.
Toda aquela confusidades que eu achava que tinha ido embora aparece uma vez ou outra só para perturbar este coração. O escuro me espera com todo o seu aconchego, abraça a solidão que não me deixa e a coragem que sumiu. Eu digo adeus e desculpe por este rastro que não pode se apagar.
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